. . .
E por me engasgar a goela, me doer o peito, me ferver o sangue é que aqui escreverei. Lutando contra a indiferença, enfrentarei ela com teclados e canetas. Ela não mora em mim. Mas está pela cidade, ao redor de todos nós. Sempre que a vejo, cerro um pouco os olhos e a encaro de frete: a indiferença é covarde e me teme.
. . .
É preciso escrever. Escrever colocará nas linhas do texto o meu sofrimento. Temos que tratar nosso sofrimento. Ele sempre existirá, por óbvio, mas deve ser combatido tal qual a indiferença. Talvez ele seja a causa da indiferença, ou vice versa.
. . .
Quando você voltar pra casa, pequena: não há tristeza que valha a pena! (Cícero Lins)